AS INICIATIVAS MUSEOLÓGICAS DE BASE COMUNITÁRIA NA ZONA OESTE DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: UM PERCURSO DE PESQUISAS E INTERPRETAÇÕES
Resumo
A proposta deste texto é levantar questões que afetam, incomodam ou mesmo, em alguns casos, atormentam os agentes culturais residentes ou simpatizantes da periferia da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Essa periferia engloba as regiões de Realengo a Santa Cruz, formando um imenso território cujo legado cultural encontra-se à deriva, sem uma política pública oficial que integre e fomente as frágeis iniciativas locais que tentam, cada um à sua maneira, reconstruir o imaginário local e realizar projetos de autoafirmação e auto empoderamento. Essa angústia consiste na impotência pessoal e a desconexão da população em geral com a memória e o patrimônio locais, criando um abismo entre as experiências do passado e a configuração espacial presente. Um presente territorial desencarnado dos moradores antigos e das edificações e artefatos que, sob um ponto de vista patrimonial, são os diferenciais que embelezam a cena urbana local, enobrecem as relações comunitárias e fortalecem a identidade do lugar. A abordagem textual proposta aqui é a que relaciona as experiências individuais dos autores com o contexto territorial e as agências culturais em tela, buscando ver suas simbioses e contradições. A metodologia é qualitativa, com uma forma de escrita que privilegie os deslocamentos afetivos e agenciais, o caráter difuso do milieu pesquisado, as sensações genéricas que permearam nossa formação e atuação locais, tentando conciliar arte e ciência por meio de uma narrativa engajada e, do ponto de vista estético, aleatória.
Palavras-chave: Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, museologia de base comunitária, patrimônio cultural, políticas públicas, identidade de lugar.
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