CORONELISMO E NEOCORONELISMO, UMA REVISÃO

Mauro Lopes De Azevedo

Resumo


Este trabalho analisou os conceitos de coronelismo, clientelismo, patronagem, mandonismo, neocoronelismo e clientelismo urbano, através de textos e obras de diversos autores inseridos no contexto das Ciências Sociais, sob a ótica da Antropologia, da Ciência Política e da Sociologia, com o objetivo de identificar a manutenção daquelas práticas, que, embora oriundas do meio rural, no espaço urbano, a partir do processo de industrialização vivenciado pelo país e os desdobramentos políticos e econômicos decorrentes da modernização conservadora que ocasionou tal processo de urbanização, sem que a população pudesse exercer sua cidadania de forma coerente e autônoma, mantendo-se o grau de dependência, desta feita efetivada por novos agentes, que realizam a ponte entre os políticos e a população vinculadas às relações de poder estabelecidas em suas diversas matizes e à ocupação dos territórios. Tal dominação, como construção histórica e social brasileira, não se limita aos aspectos do exercício da política, lançando mão da coerção, da repressão e da violência como forma de exercer o controle social para evitar qualquer tentativa de emancipação das populações menos favorecidas. Partindo dessas análises mais conceituais, o texto buscou também identificar as práticas do coronelismo e do neocoronelismo no bairro de Campo Grande, localizado na Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro, associando, através de pesquisa histórica, às práticas político-eleitorais exercidas pelo médico Augusto de Vasconcelos durante o período da República Velha e alguns políticos tradicionais que o sucederam ao longo da história política do bairro com as práticas atuais, com seus chefes políticos e “donos do poder” local. 

 

Palavras-chave: Coronelismo; neocoronelismo; clientelismo urbano, modernização conservadora; relações de poder;


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